No programa, Carlos Paraguassu falou sobre outros dois livros que serão lançados em breve por ele e tratam a epidemiologia do câncer em RO e na Amazônia
PORTO VELHO RO - O Programa a Voz do Povo, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar de Souza Sá ao vivo de segunda-feira à sexta-feira do meio-dia às 13 horas na capital em pela Rádio Caiari 103,1 e pela Antena FM em Rede Estadual, recebeu nessa segunda-feira (17), o professor rondoniense doutor Carlos Alberto Paraguassu Chaves, ex-superintendente do Ibama.
No programa, o professor falou sobre os livros que serão lançados em breve por ele e que tratam sobre o perfil epidemiológico do câncer na Amazônia brasileira, e epidemiologia do câncer em Rondônia, que segundo o autor terão suas versões em português e espanhol.
O entrevistado iniciou explicando que os livros trazem uma pesquisa minuciosa sobre o câncer, que conforme citou, é um conjunto com mais de 200 tipos de doenças com uma caracterização similar, que é o crescimento desordenado de células.
Casos
De acordo com Carlos Paraguassu, em Rondônia, no ano de 2013, foram identificados 105 tipos câncer. A partir de então, os estudos de trabalho epidemiológico, são voltados para os casos de maior incidência, com foco maior nos fatores que condicionam a doença com maior ou menor incidência em determinado lugar e tempo, “ou seja, no sentido de saber quem adoeceu e como, que tipo de patologia adquiriu, e o que resultou após o tratamento. É um trabalho de dimensão ampla, e que dá subsídios para que outros pesquisadores possam estudar”, explanou.
Segundo Carlos Alberto Paraguassu, no estado, dois livros tratando sobre o assunto já foram lançados. Os apresentados no programa, serão de distribuição gratuita, pois, “tanto se fala, se tem temor dessa doença perigosa, traiçoeira, e como diz o desembargador Isaias Fonseca, é uma doença emocrática, porque não escolhe classe social, e coletiva porque todos os envolvidos, sofrem e padecem em decorrência da doença que precisamos dar acesso à todos”.
Tipos de câncer
Para edição do conteúdo dos livros, foram tabuladas as incidências que ocorrem em Rondônia, e que, segundo ele, não diferem do que ocorre em nível nacional, citando, por exemplo, o câncer de próstata com maior incidência nos homens, e de mama nas mulheres.
“Se especulou que Rondônia teria algo diferenciado. Por isso, estamos há mais de 15 anos, estudando em ensaio com os animais, a concentração de nitrato e acidez da água vinculando isso a um tipo de câncer como, por exemplo, os cânceres gástricos. E a demonstração que há um nexo neste sentido. Mas como existem mais de 200 tipos de câncer, não existe apenas um fator causal, são diversos. No mundo, de 80 a 85% dos cânceres, são ocasionados por fatores ambientais. É o que você come, respira, como vive, herança genética, e a pré-disposição biológica, que somados aos fatores externos giram em torno de 15%”, explanou.
Conforme o professor, os estudos também englobam entrevistas na região de Barretos com em torno de 1.000 pessoas que avaliou o estilo de vida de cada um e mostrou que, apesar do temor, não há uma mudança de comportamento. “Ou seja, os que bebem, continuam bebendo. Os que fumam, continuam fumando. Os que têm hábitos alimentares prejudiciais continuam se alimentando dessa maneira”, relatou.
Genética
A pré-disposição genética, reforçou o pesquisador, é um lógica, evidenciada cientificamente. “Portanto, se uma pessoa teve algum membro da família com câncer. É importante que ela busque seu médico para saber a probabilidade dela contrair a doença”, ressaltou, acrescentando que “há uma estimativa muito tenebrosa, que, prevê num futuro breve, que 50% da população morra de câncer”.
Na entrevista, o pesquisador complementou que em Rondônia, a situação também é preocupante neste sentido, pois a maioria dos casos são detectados já com a doença em estado avançado, o que demonstra que não há um trabalho de prevenção médica. “O estado, em proporção de habitantes, ocupa o terceiro lugar de casos da doença na Região Norte. No Brasil, mais de 600 mil casos novos foram detectados nos últimos anos”, apontou.
No programa, o doutor também falou da importância do Hospital do Amor no estado; criticou soluções “milagrosas”; orientou sobre cuidados com alimentação como a carne devido aos hormônios contidos no produto e outros fatores; discorreu sobre os sintomas de câncer; diagnósticos; principais tipos da doença em homens e mulheres em Rondônia e na Região Norte; incidências; e fez outras abordagens de interesse de todos.
Todo o material produzido pelo pesquisador também ficará disponíveis às secretarias municipais e estaduais de saúde.
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